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A importância da inteligência coletiva para os programas de inovação

O conceito de inteligência coletiva é tão importante para entender as relações sociais quanto para criar uma mentalidade mais inovadora dentro de empresas e organizações, afinal, compartilhar é a tônica em nosso cotidiano na internet.

Ficou interessado no assunto? Então acompanhe este post e saiba um pouco mais sobre a inteligência coletiva e como ela pode ser usada para alavancar seu negócio.

A filosofia e a inteligência coletiva

A ideia de que o ser humano é um ser social e que sua sobrevivência está intimamente ligada à vida em comunidade remonta aos primórdios da filosofia. Foi Aristóteles, na Grécia Antiga, quem disse que “o homem é um animal social” e sua evolução e prosperidade dependem da relação em sociedade. Mais a frente, precisamente já no século XX, os sociólogos Émile Durkheim e Michel Foucault retomarão essa discussão na contemporaneidade por meio dos conceitos de fato social e subjetividade.

Mas o que nos interessa aqui hoje é outra concepção da condição humana na coletividade, muito mais próxima das nossas maneiras atuais de nos comunicar, relacionar e aprender com as mídias digitais. Estamos falando da “inteligência coletiva”, cunhada pelo filósofo Pierre Lévy em 1994.

O que é inteligência coletiva

A inteligência coletiva diz respeito em como a tecnologia impacta a sociedade e potencializa os meios de comunicação para criar uma rede de troca de saberes e de compartilhamento de ideias, propiciando o progresso.

A internet é hoje o ambiente mais favorável para a existência dessa rede, desembocando sempre no surgimento de diversas inovações. O ciberespaço, lugar em que todos nós estamos inseridos quando nos comunicamos virtualmente, torna-se onipresente no dia a dia e nas relações comerciais.

Composta de fala, escrita e imagens, a linguagem humana tem o objetivo de tornar comum o que se passa na mente de cada pessoa e, por meio do arquivamento dessas informações, permite que o conhecimento seja passado para as próximas gerações.

Nos dias atuais, a internet propicia uma comunicação muito mais ativa do usuário do que em mídias passadas. Com o advento da Web 2.0, marcada pelo apelo à interação do internauta, os conteúdos disponíveis on-line são produzidos e lidos por todos. Seja em redes sociais, blogs ou em comentários em sites, a quantidade de informação pronta para ser consumida aumenta a cada instante.

Inteligência coletiva dentro das empresas

Nos negócios, a inteligência coletiva ganha novos ares. É possível ver uma empresa como um organismo, no qual cada setor pode ser comparado com um órgão de um corpo humano. É notável dizer, então, que cada setor é imprescindível para o bom funcionamento desse corpo, e a falta de comunicação entre cada área pode resultar em problemas para o bem-estar da empresa.

Cada setor possui sua própria vivência e experiência dentro da corporação, devendo ser respeitada por isso e incentivada sempre a partilhar do seu conhecimento com os seus pares. É o que chamamos de comunidades colaborativas, ou crowdsourcing.

Como em uma rede social, a interação é a palavra-chave para criar um ambiente em constante mudança, em que as ideias inovadoras surgem a todo momento, em contato direto com os planos de negócio e planejamento estratégico.

Sobre comunidades colaborativas

Se inteligência coletiva é a ação, a comunidade colaborativa é o lugar onde tudo acontece. É onde pessoas com pensamentos diferentes vão se unir para resolver problemas em comum. Dentro de uma organização, quer dizer setores integrados de maneira horizontal, não hierárquica, em que os esforços são colocados em conjunto para a apresentação de soluções.

Resumindo, a inteligência coletiva acontece dentro das comunidades colaborativas.

Para isso, a valorização da colaboração e a flexibilização dos processos devem ser incentivados dentro da empresa, com o intuito de fazer esse sistema de trabalho bastante efetivo para o crescimento do negócio.

A importância de inovar e compartilhar

Promover a integração das informações minimiza os riscos e deixa a empresa mais confortável para a tomada de decisões que possam impactar a rotina de trabalho. Todas as áreas devem trabalhar juntas para o crescimento sustentável da corporação.

De maneira geral, as boas inovações surgem dos bons relacionamentos entre as diversas competências oriundas de colaboradores com diferentes savoir-faire (saber fazer, de acordo com Lévy) ou, em outras palavras, conhecimentos práticos. Dessa “interdisciplinaridade” corporativa, despontam soluções criativas que transformam os desafios de negócio em resultados de impacto.

Com isso, diversos processos como redução de custos operacionais e identificação de gargalos processuais podem ser acelerados, colocando a empresa em uma posição mais competitiva no mercado.

Como aplicar a inteligência coletiva

Para manter-se a todo momento com propostas aparecendo de todos os lados é preciso criar uma consciência coletiva dentro da empresa. Deixar claro que todos trabalham para um mesmo fim e que cada setor tem um papel primordial para se chegar a resultados cada vez melhores.

O setor de vendas, a comunicação, a logística, a controladoria, o almoxarifado, o administrativo, a engenharia etc devem estar integrados. Isso pode ser feito por meio de plataformas tecnológicas, workshops, debates, reuniões e pesquisas, afinal de contas, o cotidiano na empresa fica muito mais alegre e motivador quando há sempre novas metas e atividades.

O conceito de Enterprise 2.0, criado pelo pesquisador Andrew McAfee, é um dos melhores exemplos de aplicação prática da inteligência coletiva em uma empresa. Remetendo às características da web colaborativa, a “empresa 2.0” foca na participação ativa dos seus funcionários na elaboração de ideias criativas e no compartilhamento de informações para aumentar a produtividade e eficiência. A criação de blogs corporativos e wikis internos são bons exemplos de iniciativas nesse sentido.

Grandes empresas como a HP e a CPFL Energia optaram por investir nessas inovações e colhem hoje os melhores frutos de uma companhia integrada e envolvente.

O papel da tecnologia nesse meio

A gestão da inovação consiste em criar uma mentalidade coletiva nos funcionários por meio de estratégias de engajamento, elaboração de uma arquitetura do programa de inovação e monitoramento da comunidade colaborativa. Para isso, além de um trabalho inovador nas práticas de cada setor, é preciso pensar em tecnologia.

Qualquer grande empresa moderna deve focar em soluções tecnológicas para manter-se antenada com as formas de trabalhar do mundo contemporâneo. Hoje quase tudo que fazemos é mediado por algum software ou aplicativo. E com a inteligência coletiva não é diferente.

A utilização de plataformas interativas e intuitivas facilitam e tornam mais eficazes a implantação de programas de inovação corporativo. Por meio de softwares, você otimiza as sugestões trazidas pelos funcionários e desenvolve novas oportunidades para diversas áreas do seu negócio.

Inovar, incentivar o compartilhamento de ideias e criar uma inteligência coletiva dentro de uma organização são importantes decisões a se tomar para tornar uma empresa mais moderna e atenta ao lado social e humano da inovação. E você, tem alguma sugestão ou dúvidas sobre o assunto? Não deixe de compartilhar suas ideias nos comentários!